Um paradoxo do cotidiano.

Ela acordou à tarde mais uma vez.
Mesmo com quarto bagunçado retratando a noite agitada,
sentia que não estava contente consigo mesma,
havia uma sensação de insatisfação que rodeava sua cabeça.
Hesitou botar a culpa na sua mudança para a cidade grande.
Ou quem sabe na distancia da família? Quase certeza que não....
...no fundo sabia o que realmente a chateava,
estava infeliz com o trabalho!
As horas de serviço custavam a passar,
não suportava mais a idéia de ligar com tamanha grosseria dos clientes.
Sentia gradativamento os turnos da noite e acabando com sua saúde.
A mãe, apesar de evangélica, possuía um pensamento jovial à respeito de carreiras,
Ela pôde lembrar com detalhes o resmungo das sábias palavras da senhora,
aquela voz robótica que a traqueostomia havia lhe dado era inconfundível,
"-Faça o que lhe der prazer, e você fará direito!",
a velha fumava desde os treze.
Mas foi o que fez cair sua ficha!
Sua insatisfação era falta de paixão pela profissão!
Ela não gostava do que fazia!
Apesar dos pesares, a meretriz não sentia prazer.
Que contradição!
Era o caso de uma puta frígida!

1 comentários:

Anônimo disse...

Dahora, vo coloca na coluna social, acho que as pessoas vao gostar!